Piso no chão os cristais frágeis
De uma história que se partiu em mil pedaços
Ficou na fragilidade do açúcar
Que os compunha, teu doce olhar
Aqui, onde o Sol nasce a cada manhã
Mesmo no fim do mundo
No meu cubo transparente de fino gelo
Olho em volta e vejo cores
De um arco-íris que canta e corre
Num fio de lágrimas
Congelado no teu olhar reflectido
Nos vidros que cobrem a minha cabeça
E sustentam os meus pés
Os meus passos cansados
A história que tenho para contar
Fica eterna, cinzelada nas folhas
Do meu mundo de vidro
No meu mundo de frágeis cristais de açúcar
E o não aguentar e chorar a cada dia
Torna-me diamante
Inquebrável.
Torna-me parte deste palácio
Deste mundo transparente
De cores infinitas ao sol
E nos dias de chuva, quando o vidro se apaga
Quando com as minhas lágrimas
Crio um pouco mais deste conto de fadas
E mais um pouco se parte
Nos cristais que piso
Nos finos pedaços de açúcar
Onde vejo o teu olhar de mil cores
Mesmo nos dias de chuva, de mil cores.
E no caminho de arestas aguçadas
Doces de um açúcar fino
Como folha de papel
Se reconhecem as letras das palavras
Que foram cantadas no meu fio de lágrimas
E ao andar sob o fino gelo
Sem temor de cair no abismo
Percebo que este é o Meu mundo
Que nele medo não existe
Nem sangue dos pequenos cortes do gelo fino
Este é o Meu mundo
E nele Eu reino.
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