River Flows in You

domingo, 15 de novembro de 2009

Somos seis...

São cordas deixadas no chão
Da cor de quaisquer sonhos
Que me fizeste não realizar;
São gritos, palavras,
Tempos e almas
Perdidos no meio de um mundo.
São cenas, são pedras,
São notas de rodapé
Que escrevi por todas nós:
Terras que vimos,
Por onde passámos
E nos perdemos.
São tretas, mentiras
Que transpiram piedade
Que sopram desgostos,
E não disseste.
Honestidade?!
Qual quê:
Mentiras, géneros,
Crianças somos nós.
Perdi-te no mundo,
No meio ou no fim, não sei,
Nunca descobri
Voltaste a não dizer
E a esquecer
Que real, realidade
É aquilo que somos,
Aquilo que nos representa
Somos seis, e somos uma
Única pessoa num mundo.
E real, realidade
Somos nós contra tudo,
Somos seis e somos uma
Amigas para sempre…

31-10-09 (So long ago...)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Meu Amor

Sou saudade,
Toda eu.
Espero sempre por alguém
De manhã em manhã,
De noite em noite,
De sonho em sonho.
Sou uma criança pequena,
Perdida, com os olhos vidrados
E continuo a esperar-te.
Não sei se já existes
Ou se ainda existes
Mas continuo a enfrentar
As estações, o sol e chuva,
Os gritos, os olhares de censura
As vontades de chorar e
(Por vezes) ser chorada.
Distribuo os meus sonhos a outros,
Distribuo os sorrisos que me faltam
A quem não falta.
Não choro por saber que não estás,
Ao meu lado, ao meu regaço,
Do outro lado da porta.
Às vezes penso encontrar-te
E dou-te tudo
Mas não és tu, é alguém
A quem dei tudo
E de quem nada recebi.
Tenho conversas banais
Com o vento,
Que penso poder fazer-te chegar
As minhas palavras banais, e espero
Que me respondas com a profundidade
Que procuro no muro banal
Que me separa de ti.
Nada te chega e nada me chega
Não posso amar porque não te encontro
Nos olhos de alguém.
Sinto-me sempre mais sozinha
Todos têm uma vida além da minha
Todos esperam ou encontram
Mas ninguém se perde
Em cada palavra, como eu.
Não sei escrever, não sei sonhar
Mas tenho que continuar a tentar
Fazer-te chegar
De alguma maneira o meu amor
Mesmo sendo tu alguma estrela
A infinitos anos-luz de distância.
Tenho a vida cheia de pessoa
Palavras, gestos e segredos
E vivo como espelho de tudo isso
Sem procurar mais fundo que o fundo
Por ter medo de cair
E não voltar a sorrir
Por saber que nunca te encontrei,
Meu amor.

19-10-2009

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Nunca tinha reparado na quantidade de escadas de caracol que existem!

A vida é como uma escada de caracol, desce-se em curvas cada vez mais apertadas até chegar ao fundo. Há apenas uma pequena diferença, a vida não se sobe e desce, o fundo é o fundo. Não há retorno nem escada de corda que alguém desça só para te apanhar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

26-06-2009

Abri a janela em direcção ao sol nascente. Pequenos raios infiltravam-se nas gotas de orvalho dos vidros, em busca de uma ilusão de sete cores.
"És a pessoa mais estranha que conheço, tens tudo o que alguém pode querer e andas por aí a chorar pelos cantos..."Dissera-me.
Afinal o que é tudo o que uma pessoa pode desejar? Saber os segredos do mundo, que afinal toda a gente sabe? Ou apenas procurar respostas para os seus proprios segredos?
Segurei as portadas com toda a força, tendo vontade de as lançar em diracção à minha própria cabeça dura, talvez à procura de uma escapatória para as respostas que tinha encontrado nesses escassos cinco minutos de clarividencia.
Doiam-me os dedos, da força que fazia. Queria esquecer-me das minhas limitações e chegar mais longe que qualquer pessoa: estar mais próxima da perfeição. Estava zangada, zangada comigo própria, por nunca acreditar na quase-perfeição que esperava ser o meu futuro. Lágrimas de raiva descobriram o seu caminho através do meu rosto, despenhando-se no vazio. Olhei para o lado, à procura de alguma coisa que me impedisse de continuar a ter pena de mim própria, e cheguei a ti, à tua fotografia que junta com tantas outras, povoava o meu pedaço de mundo. Estavas lá, mas não ali comigo, não na minha realidade.
Bem sei, tens a tua própria realidade e talvez as tuas próprias fotografias. Então para que poderia interessar para ti a minha realidade? Porque tinhas que te preocupar comigo e não me deixar atingir o abismo no qual mergulhava cada vez mais fundo? Eu tinha uma resposta, a minha resposta que, seguramente, invalidaria todas as outras que me dessem, mas essa era só minha, mais um pequeno segredo na minha pequena-grande caixa de Pandora.
Não voltei a olhar para as fotografias, ou as lágrimas tomariam um rumo diferente, não voltei a pensar na tua falta naquele pequeno quarto vazio de humanidade. Não voltei a pensar nos meus segredos, no meu pedaço de mundo ou na minha realidade, mas concentrei-me numa outra, em muitas outras: as tuas e as vossas realidades que, para dizer a verdade, são bem mais importantes.
Podes chamar-me cobarde?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Como num filme

Os dias passam
À velocidade de um segundo
O sangue corre, ou deixa de correr,
Nas nossas veias
Passamos, olhamos e seguimos
Cheios de rotinas,
Minutos marcados
Para uma liberdade
Que de livre não tem nada.
Sentimos o sol ou a chuva
Nem importa
Temos que sair para o mundo
Ante a ultima badalada
O relógio não pára
Avançando a um ritmo alucinado
E passaram milhares de horas
Desde a ultima vez que olhaste o tempo
Irónico…
Falta tempo até para o tempo.
Divagamos também
À velocidade a que as folhas caem das árvores
Tudo à nossa volta muda,
Se altera
Ouvimos explicações
E palestras
Ou apenas mentiras.
O mundo sonha
Não, ainda não deixou de sonhar
Foram-lhe feitas promessas
Que reclama a cada nascer do sol
Será que restaremos intactos
Incautos sobreviventes da onda?
Rogaremos fazer parte
De uma superioridade
Que certamente precisamos que exista?
Ou ficaremos parados
No centro de uma praça apinhada
A ver tudo mover-se e o tempo passar,

Como num filme…

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Somos apenas (ou acima de tudo) Humanos

Voar.
Eu sou capaz de voar
Acima do céu
Acima do infinito
Eu voo
A toda a hora
Até ti
Algures no indefinido
Somos estrelas
Fora num espaço
Que deixou de poder conter
Tudo o que somos
Mas não, afinal não somos estrelas
Somos ondas do mar
Geladas
E continuamos a voar
Sempre mais para a frente
No futuro.
Nunca olhamos para trás
E rimos
Porque somos pequeninos
Tão minúsculos
Que mais ninguém dá por nós
Nenhum dos outros velhos sonhadores
E assim somos só nós
E vamos onde quisermos
E quando quisermos
E afinal somos apenas humanos.

What else?

What else? – 2-1-2009

I’m just here, outside
Waiting for the world to change
Into something real
Into some better place
Where I can live and die
But above all live
I’m just here, no matter what
Thinking about you
I don’t know your name
And I don’t care about that
I know you are out there
Trying to live just as hard as myself
We are different
And we like it
There is no time and space for us
No limits
We are infinite
There is no thinking before doing
There is just heart. Soul.
Music. Moments.
Birth. Death.
Beginning. End.
You. Me.
Life.
What else do we need?