River Flows in You

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Momentos

Momentos… não sei o que são, não sei porque não os consigo esquecer. Aconteceram, não posso voltar atrás, por mais que queira, mas não sei se quero… Se fossem fotografias, ou mesmo páginas de um diário, podia rasgá-las em pedaços pequenos, e lançá-los no vento, para longe de mim. Mas não são, estão gravados, presos ao que eu própria sou, ao que vivi, por tantas e tantas vezes que me lembro de um sorriso, de um beijo que deixei escapar sem destinatário, por ter alguém ao meu lado que vive as coisas como eu vivo.
Tentai apagar só o que não gostei de viver, asa vezes que deixei as emoções tomarem conta de mim e as lágrimas escorrerem livres, sem impedimento, as palavras que deixei escapar com o simples objectivo de magoar alguém, as vezes que desisti sem tentar, pelo facto de ter medo de não conseguir…
Não consegui, mais uma vez desisti, ficou quase tudo na mesma, continuo a sorrir sempre que posso, os beijos solto-os no vento à espera que cheguem a alguém, continuo a perder o controlo pelas coisas mais estúpidas, a deixar as lágrimas correrem livres, já nem me dou ao trabalho de tentar pará-las, sei que não resulta e as palavras, palavras não têm significado, simplesmente existem para serem usadas como maneira de fugir, mas magoam, magoam tanto! Mas uma coisa mudou, deixei de tentar esquecer tudo o que se passou, percebi que foi e é nesses momentos que, de alguma maneira… eu sou feliz!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Dreams!

Há coisas que fazem pensar se teremos tempo, tempo para conseguir lutar por uma tentativa de concretizar os sonhos que vão crescendo desde que nascemos. Com os anos, alguns vão aprendendo a ceder aos caprichos do tempo, a viver o momento e aproveitar a que pode ser uma única oportunidade. Passo a passo, fazemos conquistas de que nos orgulhamos, seguimos caminhos importantes e dizemos que somos felizes porque concretizamos um sonho, depois, num piscar de olhos, aparece logo outro que nos obriga a desistir dessa felicidade, para lutar ainda com mais força e não perder o rumo.
No meio dessas batalhas encontramos importantes ajudas, amigos, o nome simples que têm essas pessoas que nunca abandonam o nosso lado em todas as lutas.
É por causa desses amigos que cada momento de luta não chega ao desespero, que cada lágrima acaba por ser substituída por um sorriso. Cada segundo, cada conquista, cada gargalhada com ao sem motivo, cada sonho ou pesadelo, cada sentido, nada seria tão importante, sem ter com quem partilhar.
O tempo, esse sim, não espera por ninguém, na volta atrás em busca de uma oportunidade que alguém perdeu, em vez disso, prega-nos partidas, passa rápido demais, e os momentos de felicidade não duram suficiente para serem reconhecidos, são confundidos com mera emoção passageira e empurrados lá bem para o fundo da lista de recordações. Os amigos, esses são tomados como dados adquiridos, desvalorizados, os sonhos, os sonhos, os sonhos vão-se confundindo com simples desejos, já não vale a pena lutar, é demasiado fácil…
E então, nesse momento algo acontece… Por alguma razão percebemos que o tempo chegou ao fim, que o tapete que pisávamos fugiu debaixo dos nossos pés, percebemos que perdemos tempo, esquecemos os sonhos e muitos ficaram por realizar, e então, tentamos corre e apanhar a ponta do tapete, gozar tudo o que deveria ter sido gozado numa vida, naquele instante, e é também nesse instante que percebemos que não vale a pena correr, nunca faremos tudo, mas podemos aproveitar esse pouco tempo, sem pressas, para dizer tudo o que queremos, amar todos os que tivemos medo de amar, enquanto andávamos perdidos na correria, chorar todas as lágrimas que foram privadas, e rir, rir com um amigo, rir das recordações que agora chegam apressadas e que mostram, que apesar de parecer, nem fomos assim tão infelizes.
Por vezes, não nos apercebemos do momento único que passou, pensamos que se vai repetir tantas e tantas outras vezes que nem merece a importância de um olhar mais atento, mas que no fim de contas pode acabara mais abruptamente! O desgosto ameaça tomar-nos quando temos percepção disso, mas não podemos deixar, ainda há uns instantes que não se renderam à velocidade do tempo, e estão à espera de ser aproveitados.
Há também, quem veja o seu tempo roubado, quem por muitos sonhos que queira concretizar, e por mais exemplar que seja a sua maneira de o tentar fazer, não tenha todo o tempo que deveria!
Então, se já sabemos que de uma maneira ou de outra, nem todos os nossos sonhos se irão realizar, porque continuamos a lutar?
Continuamos a lutar porque é assim que tem que ser, se não desistirmos, podemos não os concretizar todos, podemos chegar ao fim cansados de lutar sem os resultados que queríamos, mas vamos descobrir que é isso que nos faz felizes, uma vida de luta para perseguir os nossos sonhos, ao lado dos nossos amigos. Assim, podemos não descobrir uma parede cheia de “diplomas” de sonhos realizados, mas descobriremos com certeza recordações de momentos que nunca esqueceremos!
Porque: “Quando sonhas só tens de lutar para alcançares todos os teus sonhos e objectivos!”

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Poesia, ou pelo menos eu acho que sim!

…que o tudo se transformou em nada…

Sento-me sozinha, pensando.
Pensando no que sempre desejei:
Desejei que fosses tudo o que não és
E tu simplesmente és tudo o que eu não desejei!
Chorei horas e horas sozinha
Pelos sonhos que nunca se realizaram
E pelos pesadelos que nunca sonhei realizar
E, que esses sim, se concretizaram.
Tremo de medo
Dos sentimentos que fogem de mim,
Que se escondem e me fazem incapaz de amar,
De amar-te, de amar algo ou alguém.
Acordo todas as manhãs
Com pena do que não fiz, do que não vi,
Do que não disse, por mera estupidez
E que agora não quero mais dizer,
Porque o momento passou
E o que passou não volta atrás,
Esconde-se bem escondido no fundo do passado
Onde só possa ser recordado!
Mergulho todas as noites sem sentidos num turbilhão de estrelas
Que olho com vontade de fugir do que sou
E mudar tudo o que foi feito apenas por fazer,
Sem qualquer significado escondido,
que assim possa permanecer.
Escuto distraída, os lamentos do eu
Que não tenho a certeza de saber encontrar
Entre todo o tu que me enche e me preenche
Sem me fazer despertar.
Corro velozmente da prisão de uma imagem
Que se funda com o que existe e me abandone
Esquecida numa ilusão apenas triste.
Vejo a vida passar ligeira á frente dos olhos
Penso nela, no que fui, sou e serei,
No que ouço, no que vejo e no que sinto,
No que escapa por entre os dedos a toda a hora,
Em quem ama, em quem ri e em quem chora.
Digo versos de saudade infinita,
Encho de alma a minha alma vazia
Sem saber sequer distinguir se é noite ou dia.
Percorro léguas e léguas de sonhos
Mesmo quando estou acordada
Para só depois perceber
Que o tudo se transformou em nada…



África Minha

Tantas vidas que se perdem
Porque ninguém vê!
Tantas lágrimas que correm a juntar-se aos mares lá longe
Porque o gelo de alguns corações não derrete, por mais calor que esteja!
Tanta tristeza que ensopa a terra
No lugar da água que faz falta!
Tantos sonhos que pisam
Lugares que ficaram por descobrir!
Tantas histórias que cá tão perto
Parecem tão irrealizáveis como contos de fadas!
Tanto “pó de perlimpimpim”
Que perdeu a magia nas viagens do vento!
Tantos olhos
Que não viram senão nada!
Tanta incerteza
Num futuro tão distante!
Tanta espiga
Que nunca chega a crescer!
África minha,
Cá tão perto, lá tão longe…


O Universo numa Estrela

Quero sentar-me numa estrela,
ficar apenas lá sentada,
a observar tudo á minha volta!
Quero sentir a liberdade da grandeza,
o remorso da singularidade,
a ansiedade da descoberta,
o terror da solidão!
Quero sentar-me numa estrela
e ficar lá a ver o Universo,
sem tempo, sem espaço, sem eu,
só Universo! Só estrela!

Felicidade

Porque te escondes,
se levo a vida a procurar-te?
Porque me esqueces,
se te recordo a todo o momento?
Porque me abandonas,
se o que eu mais preciso é companhia?
Porque acabas,
se a minha necessidade é infinita?
Porque apenas me tocas levemente,
se te quero abraçar?
Porque me escapas entre os dedos,
se estou quase a alcançar-te?
Porque te esconde, felicidade,
se o meu maior desejo é ser feliz?




Pássaro

Eu sonho partir em liberdade.
Sonho voar como um pássaro,
como a minha própria imaginação.
Sonho partir para longe,
para lugares que nunca sonhei descobrir.
Eu sonho amar longe,
amar a terra,
amar o mar,
amar o pássaro que quero ser.
Amar lá bem longe
e depois voltar,
voltar ao que sempre conheci e nunca esqueci
voltar à prisão da gaiola,
ao medo da liberdade.
Voltar a acordar do sonho

Fado

Fado canção de Lisboa
Fado canção de Coimbra
Fado de Portugal
Fado das vozes poderosas,
guitarras chorosas
Fado canção sem igual
Fado do meu coração
Fado da sempre saudade
Fado eterna emoção
Fado sempre verdade
Fado das noites, do tempo
Fado amante ciumento
das noites da cidade
Fado das cordas afinadas
Fado das vozes esmeradas
Fado amor sem igual
Fado alma de Portugal

Simplesmente o mar

Porque é que eu não posso ser o mar,
viver o mar, amar o mar?
Porque é que eu não posso ser uma onda,
uma simples onda num ciclo vicioso,
enrolada na areia?
Porque não um peixe, uma onda,
simplesmente o mar?
Simples e simplesmente o mar,
a solidão do mar,
a beleza do mar,
a simplicidade do mar…