River Flows in You

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Nunca tinha reparado na quantidade de escadas de caracol que existem!

A vida é como uma escada de caracol, desce-se em curvas cada vez mais apertadas até chegar ao fundo. Há apenas uma pequena diferença, a vida não se sobe e desce, o fundo é o fundo. Não há retorno nem escada de corda que alguém desça só para te apanhar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

26-06-2009

Abri a janela em direcção ao sol nascente. Pequenos raios infiltravam-se nas gotas de orvalho dos vidros, em busca de uma ilusão de sete cores.
"És a pessoa mais estranha que conheço, tens tudo o que alguém pode querer e andas por aí a chorar pelos cantos..."Dissera-me.
Afinal o que é tudo o que uma pessoa pode desejar? Saber os segredos do mundo, que afinal toda a gente sabe? Ou apenas procurar respostas para os seus proprios segredos?
Segurei as portadas com toda a força, tendo vontade de as lançar em diracção à minha própria cabeça dura, talvez à procura de uma escapatória para as respostas que tinha encontrado nesses escassos cinco minutos de clarividencia.
Doiam-me os dedos, da força que fazia. Queria esquecer-me das minhas limitações e chegar mais longe que qualquer pessoa: estar mais próxima da perfeição. Estava zangada, zangada comigo própria, por nunca acreditar na quase-perfeição que esperava ser o meu futuro. Lágrimas de raiva descobriram o seu caminho através do meu rosto, despenhando-se no vazio. Olhei para o lado, à procura de alguma coisa que me impedisse de continuar a ter pena de mim própria, e cheguei a ti, à tua fotografia que junta com tantas outras, povoava o meu pedaço de mundo. Estavas lá, mas não ali comigo, não na minha realidade.
Bem sei, tens a tua própria realidade e talvez as tuas próprias fotografias. Então para que poderia interessar para ti a minha realidade? Porque tinhas que te preocupar comigo e não me deixar atingir o abismo no qual mergulhava cada vez mais fundo? Eu tinha uma resposta, a minha resposta que, seguramente, invalidaria todas as outras que me dessem, mas essa era só minha, mais um pequeno segredo na minha pequena-grande caixa de Pandora.
Não voltei a olhar para as fotografias, ou as lágrimas tomariam um rumo diferente, não voltei a pensar na tua falta naquele pequeno quarto vazio de humanidade. Não voltei a pensar nos meus segredos, no meu pedaço de mundo ou na minha realidade, mas concentrei-me numa outra, em muitas outras: as tuas e as vossas realidades que, para dizer a verdade, são bem mais importantes.
Podes chamar-me cobarde?