River Flows in You

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Once upon a time...

From fire to fire


O toque leve de um beijo suave
Marca: o inicio de um dia
E o toque do relógio
Repetido ao milésimo do segundo
Cresce ao ritmo de um trovão

Cresces, também tu, em mim a todo o momento
Amo-te como não poderei recusar
És-me parte, és-me tudo
És meu e não quero mudar.
Fica comigo até ao raiar da alvorada
Mil dessas, encontramo-nos no fim
Chama por mim e eu irei ao teu encontro
Porque eu chamo por ti, metade minha.
E o que corre no meu sangue,
Não é sangue
O que faz meu coração,
Não é meu.
Porque eu, humana e gasta
Sou tua, hoje, sempre
Até ao fim, se aqui ficarmos.

E o som de um beijo leve
Fica aqui, na tarde quente
De um verão no fim
E aqui marca, para sempre
O meu amor, esse teu, sempre teu.
Para ficar,
E se ficares, ficarei
Presa aqui, e não me arrependerei
Porque é por ti, e tu aqui contas
O meu conto de fadas
Contas, e ele é teu
E ele sou eu, aquilo que quero ser.

E o som de um beijo para sempre
Não apagues, a chama que em mim nasceu
Porque eu quero ateá-la ao meu mundo,
Deitar-lhe fogo e deixá-lo arder.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Heartbeat

Sinto o meu coração bater
A mil, dentro do meu peito
Dentro da minha razão,
O coração bate querendo fugir
Para te abraçar onde estiveres
Para se entregar a ti, a quem pertence.


E o dia dá lugar a noites de sol nascente
Segundos que passam no mapa
Disfarçados da sua própria rapidez
E a cada segundo anseio por outro e outro
Vivendo no bater do meu coração, a mil
Para se juntar a quem pertence.


A busca não é nada se o fim não for o meu
O nosso fim de história, ao virar da esquina
O nosso inicio de castelo de areia, longe de ondas na maré vazia
E ao encher, pegamos nele e corremos
Corremos sorrindo com o por do sol nos lábios
A fugir da onda rebelde, a resguardar-nos
Numa felicidade que não sei viver sem um nós.


Pega na minha mão e puxa-me pelo caminho
Guia os meus passos numa feroz corrida ao encontro das ondas
E sei que cairão aos nossos pés, rendidas à superioridade
Do nosso comum, daquilo que somos, enquanto formos,
E não abrandes, não abrandes o vento à nossa volta
E o bater do meu coração
Porque só quero que ele continue a bater,
A mil, para se juntar a quem pertence.

 
A.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sombra de um sol/ Lado Lunar

As cartas que lês corroem-te os olhos

Deles, lágrimas nuas correm
Deles, fios de sangue choram
E beijos salgados e molhados saltam.

As páginas e páginas de vento
Que cortam o sentido de real no tempo
Na tua mão, de mão em mão
Chegam aqui.

Te olho, te ouço, te procuro,
No crime de real ser,
No karma de saber ler, o teu-meu
Livro de aventuras.

E a sede de mais uma página
De mais um segredo num gesto sagrado,
Me abraça, me acolhe, me afasta de ti
E nas letras de uma canção,
Nas ruas de uma cidade,
Nas trevas de uma caneta
Ficámos presas.
Vortex confuso de dias-noites e noites-dias
Me lavaram de mão dada para longe, ao longe
Me deixaram quebrada nas ruas
Num cubo de gelo carimbado
E na tua falta, o chão deixou de existir
Na tua ausência, chamas e fumo.
E a perda, enaltece o ganho
A lágrima, o sorriso,
A noite, o dia,
Tu, a mim.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Telhados de Vidro

Piso no chão os cristais frágeis
De uma história que se partiu em mil pedaços
Ficou na fragilidade do açúcar
Que os compunha, teu doce olhar


Aqui, onde o Sol nasce a cada manhã
Mesmo no fim do mundo
No meu cubo transparente de fino gelo
Olho em volta e vejo cores
De um arco-íris que canta e corre
Num fio de lágrimas
Congelado no teu olhar reflectido
Nos vidros que cobrem a minha cabeça
E sustentam os meus pés
Os meus passos cansados

A história que tenho para contar
Fica eterna, cinzelada nas folhas
Do meu mundo de vidro
No meu mundo de frágeis cristais de açúcar
E o não aguentar e chorar a cada dia
Torna-me diamante
Inquebrável.
Torna-me parte deste palácio
Deste mundo transparente
De cores infinitas ao sol

E nos dias de chuva, quando o vidro se apaga
Quando com as minhas lágrimas
Crio um pouco mais deste conto de fadas
E mais um pouco se parte
Nos cristais que piso
Nos finos pedaços de açúcar
Onde vejo o teu olhar de mil cores
Mesmo nos dias de chuva, de mil cores.

E no caminho de arestas aguçadas
Doces de um açúcar fino
Como folha de papel
Se reconhecem as letras das palavras
Que foram cantadas no meu fio de lágrimas
E ao andar sob o fino gelo
Sem temor de cair no abismo
Percebo que este é o Meu mundo
Que nele medo não existe
Nem sangue dos pequenos cortes do gelo fino

Este é o Meu mundo
E nele Eu reino.

Untitled

A luz da pequena vela encharcava as paredes num tom desvanecido, quase de luar. O velho gira discos que havia tantas horas esgotara a melodia e as palavras rodava incessantemente, riscando o disco.


Olhei o relógio parado na parede escura da pequena sala, pensando que voltara a viver, mas apenas os pingos de cera da vela marcavam os segundos no pulsar constante de um coração que já não batia.

Fechei os olhos sobre os fios de lágrimas que escorregavam na minha pele nua e abracei-me num silêncio gelado que por momentos se fez notar. O vento parara de mexer as folhas cobertas de palavras, que nunca conseguiria mover, estendidas no chão lá fora; os pingos de cera ficaram suspensos a um milímetro da madeira carcomida do chão; O gira-discos engoliu a sua própria estática, deixando de rodar. Fechei os olhos sob os fios de lágrimas que escorregavam na minha pele nua e o tempo parou.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sem senti(r)do

Chorar faz sentido para alguns porque marca um sentir mais profundo do que aquilo que o espelho mostra. Mais do que lágrimas, mais do que gotas de água límpida mergulhadas num quê de sal, chorar é uma amarra solta a uma vida de que não se gosta ou que não se entende.

Não entendo, realmente, o que a vida me faz, mergulhando me numa dormência de não saber o que fazer, capaz de sentir dor ou de me rasgar a mim própria apenas para saber que estou viva, que dentro de mim há um coração que bate com uma regularidade que me assusta. E se ele falhasse, e se eu pudesse fechar os olhos por um segundo, esperando pela interrogação de saber se chegaria um fim ou um principio… seria uma melhoria pelo simples facto de ser uma variação na rotina, algo a que me agarrar.

Nadar contra a corrente de nada importa, de nada serve, de nada vale, não vale os músculos cansados e os olhos a arder, não vale os fôlegos por entre dentes cerrados e as desesperadas tentativas de manter a cabeça à tona… o mar é mais forte e as ondas mais poderosas.

E aos que marcam as margens de mim própria, aos que me estendem uma corda frágil que se partirá de um momento para o outro, fazendo me voltar ao meio de uma qualquer rebentação, a eles digo que me deixem para chegar à praia e me deitar na areia quente, porque é numa miragem que eu quero descobrir se existe ou não sentido para nadar de novo, começar o caminho de volta para buscar a melhor praia. A eles digo que me deixem para o fim, se for isso que me espera, porque as minhas forças esgotam-se e o meu coração afoga-se nos seus próprios batimentos regulares, e a minha dor – aquela que me assegurava o facto de estar viva – fez de mim algo de tão novo, tão desconhecido e tão incapaz que prefiro esquecer-me de mim e esquecer-me do Mundo, ser fiel às minhas próprias convicções e procurar a dignidade que me permita dar descanso aos meus músculos, com a praia longe no horizonte.

domingo, 25 de julho de 2010

Liberdade (é como andar de bicicleta, primeiro tira-se a mão, depois as rodinhas e depois somos só nós)

Mudar. Muda tudo
Muda o tempo à volta,
E as vezes o tempo que fica
Mas eu continuo a mesma
Agarrada às mesmas palavras rasgadas
Aos mesmos fiapos de vida ganha ou perdida
Mas sou eu mesma.

Sou eu mesma nas palavras que escrevo
Nos sonhos que meio-realizei
E em tudo aquilo que à minha volta muda.

Procurar por algo mais no infinito
Pressuposto de gigantes no céu do heroísmo
É o fim de uma corda que nos ata
Uns aos outros numa teia,
Separada de frágeis fios.

E por vocês continuo aqui
À neve, ao sol, ao vento e ao frio
E por vocês sou tudo o que sou
E tudo o que me recusei a ser
Mas para mim sou menos e muito menos
Do que aquilo que vocês são em mim.

E grito, e choro, e grito
Por esperar por algo mais que faça diferença
Quando a diferença está toda lá no sussurro do vento
No teu olhar quando me vês ao longe
E foges de mim para procurar o outro ser
E a ti, escrevo estas palavras,
Porque tenho vontade, e dela me sirvo
Para me guiar, tal como as estrelas
No meu choro e gritos para ser mais do que não posso ser

E corre, corre, corre para longe
Que não te sigo
Porque este é o meu caminho,
A minha história
Na balada, tocada à luz da meia noite
Onde nas águas do céu pintei um retrato
Daquilo que para mim é ser feliz
Daquilo que para mim é ser livre
Estando presa numa teia que nos ata sozinhos

E sozinha hei de ficar um dia
E nos caminhos do traço que tracei
Me perderei, de vez nas linhas leves
De carvão negro, que desenham olhos
Com o brilho da banalidade real
Que une almas sozinhas
E recordações

E essas ficam para sempre,
Em folhas apinhadas de pequenos traços vermelhos
Contando uma historia gota a gota
De uma vida irreal
E traçando um mapa de caminhos entrecruzados
Em escolhas que levam a um e só um sítio,
À minha certeza de que este, este sim,
É o caminho certo.

E sem esperar por ti,
Porque certezas são para um e para todos
Sigo em frente e estendo as asas
Para uma liberdade que me impede de respirar
E o voo, levanto-o ao por do Sol
Sabendo que um dia, ele vai nascer de novo.

Ashes and whine

O vinho negro abraça o copo
E em seu regaço canta
Canções de amor mentira e segredo
E na solidão de um por de estrelas sombrio
Eu te espero.

Corta o céu, o aroma a canela queimada
Fazendo segredo dos meus desejos enlevados
Só e somente no vinho negro.

Cai do teu pedestal eterno
Revolta-te contra a virilidade de um sopro de vento
E vem, junta-te a mim na dança do sonho, do sopro
Da vida, das cordas de uma guitarra na noite.

São negras as águas em que me afogo
São duras, as largas escadas que subo
E o céu é o meu limite
Abraçada no aroma de canela queimada
De uma vela acesa na escuridão que dura
Numa vela, num grito de fé e esperança.

Deixa o teu jogo de copas e espadas
Aposta tudo e ganha-me a mim
Ou bebe e deixa-me beber
O vinho negro
Com um trago a amêndoa
Que se junta e baila
Ao sabor da fogueira
Onde nasce a canela e se põe uma estrela
É o fim.

domingo, 20 de junho de 2010

Confessions on a dance floor

Why does it hurt?

You keep killing me slowly
On every joke laugh
On every silent look
And I keep following you
Till de break of Dawn

Dawn, when it never happens and my eyes open
From my home made horror movies
My own personal role of disgrace

Sky keeps falling apart from me
And in my words nothing more than fear
And regret for keeping the hate alive
From myself, for my own innocence
And the promise of changing days
That never change, even when
One more word comes to fire
One more tear comes to flame
And I keep following you
Till the break of Dawn
That never happens

Change me, oh change me
Beloved star
Or kill me, kill me
Beloved star
Till the next break of Dawn
Cause keep living is much harder.
Change the role of fate
Change the role of faith
And bring the world apart
Heaven and Hell
Skies and Seas
Beloved star
Cause be kept breathing
Over a broken heart
Is torture

And when the never comes and my eyes open
My dance floor begins
Happiness, laughs and tears of joy
Seem to be all over again
While my heart is biting
And the music steals my breath,
The last,
The light steals my arms
Over the last embrace,
And my eyes close, shinning
As never before

And the words I brought to life
The worlds of madness in L major
Statement what is me
What I gave to the Earth
That never gave me a thing
So they are for you to read
When the last kiss of goodnight
(Truly good)
Touches my face
And all my words, tears
And souls become a flame
Resuming in ashes a life
And a living dream
Of a phoenix in a dance floor

quarta-feira, 12 de maio de 2010

As Portas do Céu, a um Passo do Inferno (parcial)

À Pequenina:

A cada passo mais perto de tudo
Do infinito que me vai permitir viver
Contigo tudo é tudo
Sem ti tudo é nada
E estou mais perto
Muito mais perto de ser o teu Céu
E o meu Inferno
E não me canso da melodia à minha volta
Do som do vento, enquanto corro
Do som da tua voz em mim
Chamando-me.

Capitulo V, parte II

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Regresso ao passado

Olá...pois e, sou eu...

Perdi a conta ao tempo que passou desde que escrevi aqui, para quem quis ler. Sei que ninguém precisa deste blog, mas eu preciso. A cada segundo que passa na minha vida preciso mais de escrever.

Chorar é apenas chorar, lágrimas sentidas ou não, por qualquer coisa que me ultrapassa. Passei a maior parte dos ultimos tempos a chorar, quase nao houve um dia em que uma lágrima rebelde não teimasse em aparecer. Toda a minha vida se envolveu num pequeno turbilhão de fios enterlaçados, e desisti de olhar em frente.

Houve alturas em que pensei que nao era possivel voltar a respirar, desfazer o nó da minha garganta e abrir os olhos para o mundo, mas cresci. Tenho noção disso porque percebi que aprendi a falar... nao o acto de soletrar letras e formar palavras, mas sim de partilhar, abrir, mais do que a boca, o meu coração e soltar ao vento aquilo que antes cá ficava a manter a ferida aberta.

Pois bem, nao serviu de nada, falei de mais quando deveria ter ficado calada, falei e falei com vontade de dissolver tudo em palavras e lágrimas, mas nao devia ter falado. Tenho demasidos fios enleados para os perceber, e os dar a perceber a alguém mais, e nao tenho a certeza de ter alguem que queira realmente perceber.

Mais uma vez dei tudo, tudo aquilo que podia e nao podia, para que tudo corresse bem, corri atrás da minha felicidade, subindo as escadas da felicidade dos outros, tentanto chegaer mais longe do que alguma outra vez antes, mas nao tenho jeito nem paciencia para correr atrás. Vivo pelos outros e para os outros, esperando que talvez um dia as coisas funcionem para mim, sem esperar mais.

Falar, nao resulta para mim, tentei e arrependi-me. Prefiro escrever... é a minha maneira de me dar a conhecer ao mundo. Chorar, é apenas algo que faz parte de mim, algo apenas e só banal, que me liberta um pouco de cada dia, que pretende também subtituir palavras, porque nao aguento o facto de saber que ao falar, afasto pessoas que para mim sao nada mais que uma razão para estar viva. Mas não aguento a saudade e o arrependimento por qualquer tipo de erro que nao era suposto ter cometido, portanto preciso de me afastar um bocado para por a cabeça no lugar. Se magoar alguém só tenho que pedir desculpa, mas também não aguento mais magoar-me a mim...
Desculpem!