River Flows in You

quarta-feira, 10 de junho de 2015

8.

Não são contas que contadas ficam
Quando as perco no contar de um infinito
Do virar de um calendário comum
À procura do incomum nos meses gastos
Que de separararem-se em horas vagas
Ficam na imensidão de um tudo.

Não foste, mas ficaste, mas fizeste
De mim mais do que algum dia serei
Não foste, ou foste? Por ser eu
Quem te quis, ida, no tempo que me deste
E que não te dei, por não ser meu ou não saber-me
Dividida entre o divino e o banal.

No divino não vi nada que me fosse
Capaz de entreter ou alterar;
No banal vi o mundo como não era
E perdi-me a contemplar esse final.
Que final se tornou porque eu escolhi
Ser banal como o era quem eu vi
E quis que me fosse, sem te ser.

Dos oito, um desfaz a conta certa,
Certa por certezas que não tive.
Dos oito, ficam sete e eu no fim
A pensar como fazer por ti
O que não fiz, o que não vi, o que não quis
E admito ter faltado à promessa
De serem oito, unos, anos, de nós.

Não espero cortesias ou sorrisos,
Não quero pesadelos nem juízos,
Mas deles sou agora prisioneira,
Talvez a vida inteira (o tenha sido?!)
Sem que a vontade de fazer-me respirar
Seja motor que me faça andar
Em frente na certeza que atrás
Deixo a minha alma capaz
De procurar-te e trazer-te ao pé de mim
Para que oito sejam cem, no fim

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